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Entrevista feita pelo site francês, Libération Next. (abril, 2015) Yoonmirae , rapper famosa na Coreia do Sul, e cofundadora da Feel Gho...

[ENTREVISTA] Yoonmirae fala sobre o passado, MFBTY, e o cenário atual do K-Hiphop

09:10 Rachira 0 Comments

Entrevista feita pelo site francês, Libération Next. (abril, 2015)

Yoonmirae, rapper famosa na Coreia do Sul, e cofundadora da Feel Ghood Music.

Fomos orientados pelo manager a não tirar fotos. Ela está sem maquiagem, usando apenas jeans e moletom. Yoonmirae nos encontrou no escritório de sua gravadora, ao norte de Seul. Nascida de pai afro-americano e mãe coreana, ela é a rapper mulher mais famosa do país. Também conhecida como Tasha, ou T, a artista de 34 anos, às vezes, é comparada à Lauryn Hill. Ela é casada com Tiger JK, com quem trabalha frequentemente. Com o colega de gravadora, e também rapper, Bizzy, eles criaram um grupo chamado MFBTY e sua própria agência, Feel Ghood Music.

O MFBTY (que significa My Fans are Better Than Yours, -"meus fãs são melhores que os seus" em tradução livre-) acaba de lançar seu primeiro álbum completo, Wondaland.

Por que vocês estabilizaram a gravadora em UiJeongBu, longe da mídia e da indústria musical?

Meu pai era um soldado americano. Ele conheceu minha mãe no distrito de Uijeongbu quando ele estava servindo na base militar daqui, então passei a maior parte de minha vida aqui. Gosto do clima, já que é uma mistura de cidade com campo.

Como foi quando você estreou na Coreia? Naquela época havia mais preconceito contra mestiços.

Eu sofri discriminação por parte de ambos os lados. Nos EUA, eu não era negra o suficiente. Na Coreia, eles me chamavam de "Yankee". No ensino fundamental e médio, não havia um dia em que eu não fosse lembrada de que eu era apenas metade coreana. As pessoas olhavam pra mim. Era bastante difícil. Minha primeira gravadora me pediu para esconder a cor do meu pai. Me disseram, "A gente diz que você tem origens negras distantes." Às vezes, as estilistas tentavam me fazer parecer "mais coreana". Mais tarde, quando a música negra se popularizou, eles aceitaram a cor da minha pele. Eu ficava brava, e me sentia perdida ao mesmo tempo. Coloquei essa raiva em minhas músicas.

Nos conte sobre como era o hip-hop coreano nos anos 90...

Quando estreei, o hip-hop era tipo uma sociedade secreta, um pequeno círculo de pessoas onde tudo acontecia no boca-a-boca. Tiger JK me ajudou a descobrir batalhas underground em Hongdae e Sinchon. O resto da sociedade achava que rappers eram todos gangsters. Felizmente, hoje as coisas mudaram.


Falando nisso, agora todos os grupos idols têm um rapper!

Honestamente, essa tendência me incomoda. Alguns são visivelmente "formatados", mas às vezes, quando ligo a TV, eu vejo alguém com bom potencial. Pelo fato do hip-hop agora ser popular, precisamos de um cenário underground maior, para mostrar uma variedade maior de estilos de hip-hop. No entanto, encontrar esse tipo de cenário é mais difícil hoje em dia. Na mídia, só há um estilo: pop. Se você não assina contrato com uma gravadora grande, como a YG ou SM, suas chances de aparecer na TV se tornam escaças. É decepcionante, e eu não acho que isso irá mudar tão cedo.


O que você acha de programas com rappers, tipo o Unpretty Rapstar?

Sei que isso irá parecer surpreendente, mas eu não tive oportunidade de assistir ao programa. Mas, isso não significa que eu não apoie as colegas MCs. Ouvi que algumas das participantes são bem talentosas, e que eu sou uma grande influência para algumas delas. Sou grata por isso. Quando me perguntam como eu me sinto sendo a única MC feminina, minha resposta é, e sempre será, "Eu não sou a única". Há várias rappers talentosas lá fora. Você não as vê porque, ou elas preferem se manter no underground pra não virarem "comerciais" assinando com uma gravadora grande, ou porque elas querem estourar mas sentem que terão que se desfazer do controle criativo de suas música, se assinarem com essas gravadoras maiores. Não vemos essas artistas, ou porque também não as enxergamos, ou porque os meios de transmissão não tocam suas músicas.


O rap coreano foca em assuntos específicos?


Na Coreia, assim como em qualquer lugar, o rap discute muitas coisas, incluindo política e sociedade. No entanto, aqui existe censura, mesmo sendo um país democrático. Há muitas coisas que rappers não podem dizer, mas a censura é mais tolerante se uma estrela do pop as disser.

Em 2002, a primeira faixa do meu álbum de hip-hop, Gemini, foi censurada pela mídia porque eu disse "me mostre seu umbigo". Porém, naquela época, haviam canções pop nas rádios com letras mais explícitas. Felizmente, as coisas mudaram para melhor, já que o hip-hop se tornou mais conhecido.


Entrevista feita por E.J (em Seul).



*IMPORTANTE: algumas partes da entrevista se perderam quando publicadas originalemente em francês. O DT Intl pôde recuperar algumas das respostas originais, por isso há algumas variações entre as versões em Inglês/Português e em Francês.

Fonte: Libération Next
Tradução: MFBTY France | DT Brasil
Por favor, não retirar do Drunken Tiger Brasil sem os devidos créditos.

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